Class News Entrevista : Maisa Gouveia
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Formada em Pedagogia pela UFG- e vários intercâmbios de moda, atua no Ateliê que leva o seu nome. Maísa Gouveia, juntamente com sua filha Natália Gouveia, comandam dois ateliers, um de moda festa e outro de moda noiva que primam pela exclusividade, requinte e sofisticação. Maísa Gouveia com 20 anos de atuação no mercado, notadamente reconhecido pela sofisticação de seus bordados, pela ousadia e estilo próprio , arrojo das criações.
CN – Depois de já ter um trabalho consolidado no mercado de vestidos de festas, como foi começar a criar para noivas?
MG – Criar para noiva não é seguir tendência, é realizar sonhos, envolve glamour, estilo e personalidade de quem veste.
CN – Você sente diferença vestir famosos e pessoa comuns, principalmente falando de noivas?
MG – Quando se cria para pessoa famosa o trabalho fica exposto à avaliação de um público maior e consequentemente gera uma maior repercussão, entretanto no que se refere a minha responsabilidade e o meu envolvimento são os mesmos.
CN – Que tipos de vestidos são mais procurados pelas noivas no seu Ateliê?
MG – Os clássicos são mais procurados, mas não posso deixar de mencionar uma fatia considerável do estilo romântico, moderno e hippie chic.
CN – Qual seu ponto forte? Seu diferencial?
MG – Tecnicamente eu diria a estrutura da modelagem e na linguagem, eu considero a heterogeneidade de estilos em um leque que vai do medieval ao contemporâneo.
CN – fale um pouco dos diferentes tipos de suas criações?
MG – Eu parto do pressuposto que a orientação do estilista jamais pode caminhar para uma imposição. O dado mais marcante da minha criação e a liberdade que eu dou para que a cliente veja traduzido no vestido seu estilo e sua personalidade.
CN – Muitas noivas Goianas te procuram?
MG – Sim, meu trabalho está firmado principalmente em Goiás, mas temos procura para Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e sul da Bahia.
CN – O que te levou para o universo da moda?
MG – O gosto pela arte e a busca de realização profissional e pessoal.
CN – Teu trabalho se destaca por uma simbiose entre escultura e design, muito além de criação, pois mexe com as formas e o volume do corpo da mulher. Antes do início da carreira em? Qual foi seu primeiro contato com a matéria-prima e o corpo?
MG – Minha primeira modelo fui eu mesma, a partir daí as peças que eu produzia inspirava as amigas e passei a atender pequenos pedidos é o que desencadeou a história que todos conhecem hoje.
CN – Quanto tempo, em média, demora uma peça elaborada para ser produzida?
MG – É relativo depende da matéria prima a ser aplicada, mas o tempo pode variar de 2 a 6 meses.
CN – Você produz alta-moda, faz peças únicas. Mas como funciona o teu prêt-à-porter?
MG – Nosso contingente de prêt-à-porter é bem restrito, trabalhamos mais com vestuário sob medida.
CN – A moda tem passado por muitas mudanças e transformações. A tecnologia tem mudado a forma de viver e vem criando novos hábitos. Como é hoje para você, que vive de moda, num momento em que se fala pouco de criações e muito de resultados?
MG – Pode ser que esta influência alcance as novas gerações, mas para quem está mergulhada no universo da criação, nunca irá deixar de criar. Nenhum apelo externo e maior que o anseio de criar. Produzir e necessidade da alma.
CN – A indústria do casamento definitivamente voltou a ser algo importante na vida das pessoas. Como você, que trabalha muito nesse segmento, vê a relação da moda e o casamento?
MG – Eu acho que a moda noiva não pode seguir tendência, pois é atemporal, eu creio que a personalidade e o biótipo sobrepõe a qualquer outra influência.
CN – Será que é uma volta de atenção a sentidos emocionais que acaba refletido na moda?
MG – Com certeza, a moda noiva sempre tem um apelo emocional, pois é uma realização de sonhos.