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Masculinidade tóxica: o comportamento que mata os homens

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No trânsito, na negligência com a saúde ou na falta de cuidado no trabalho. O ideal sobre o que é ser masculino traz consigo inúmeros riscos à integridade física e mental do homem

Homens não choram. Homens não cuidam da aparência. Homem de verdade é bom de cama. Esses são alguns padrões de comportamento impostos para a figura masculina, na qual força é tudo e sentimentos são fraquezas. Denominado de masculinidade tóxica, esse conjunto de normas sociais tiram dos homens um direito: o de se sentir vulnerável.

A mestra tântrica Danni Cardillo explica que essa imposição causa nos homens diversas consequências como a  supressão de sentimentos, falta de incentivo em procurar ajuda e  encorajamento da violência. “Esse ideal de masculinidade colabora até mesmo para que homens evitem procurar médicos, por não admitirem que precisam, mas o câncer de próstata está aí para mostrar que essa não é a realidade”.

Essa cobrança para serem “machões” o tempo inteiro pressiona os homens a corresponderem expectativas de conduta, que muitas vezes acabam se traduzindo em ações violentas. “Na maioria dos casos, ele acaba internalizando seus sentimentos e explanando para a sociedade comportamentos nocivos e que acabam por menosprezar, por exemplo, o papel e a imagem da mulher, gerando até mesmo casos graves de violência doméstica”, explica Danni.

Além da violência para com as mulheres, esse ideal de masculinidade também produz comportamentos nocivos para os homens que tendem a se envolverem em brigas com mais facilidade, sejam elas no trânsito, em casa ou em locais públicos. “Há uma pressão em resolver tudo na mão, na gritaria e na agressividade”.

Até mesmo no trabalho a masculinidade tóxica pode levar à morte. “Isso acontece quando um eletricista acredita que não precisa de luvas, pois o serviço é rápido. Nesse quadro ele está colocando a própria vida em risco e, mesmo sem perceber, sendo vítima hereditária de conceitos e preconceitos internos”, defende.

Além de afetar a si e as mulheres ao redor, a masculinidade tóxica também afetam a relação entre casais. “O homem tem que mandar bem na cama, mas não admite que não tem conhecimento sobre o corpo feminino e acaba buscando ideais em locais inapropriados como na pornografia, que por ser idealizada, reproduz fantasias que não são necessariamente prazerosas na vida real”, aponta.

Danni Cardilho porém acredita que o cenário está mudando. A mestra tântrica tem 90% do público masculino e aponta que há um número expressivo de homens que buscam entender suas parceiras e seus sentimentos. “Eu trabalho em minhas sessões de terapia principalmente os bloqueios desses homens. Eles me trazem dores  sexuais, desde potências a abandonos”, argumenta.

De acordo com Danni, o número de homens que passam anos de sua vida com problemas de disfunção sexual por terem vergonha de admitir tal problema é enorme. “Alguns recorrem a outras alternativas para lidar com a masculinidade e, embora não admitam, até para aprender como lidar com o corpo feminino e com o seu próprio corpo e desejos”, aponta.

Delson Carlos

Delson Carlos - Formado em Marketing pela UniCambury e pós-graduado em Comunicação Digital. Assessor de imprensa e começou a sua carreira como colunista social nos jornais: A Hora, Jornal da Imprensa, Jornal Diário do Estado de Goiás, e a quase duas décadas está a frente da coluna social “Delson Carlos” do Jornal Diário de Aparecida e editor da Revista Class e do Portal Class News.

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