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Queremos morrer abraçados?

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Escrito por: Melina Lobo – Conselheira de Administração e Advogada

Estatísticas do IBGE revelam que apenas 30% das empresas familiares conseguem realizar o processo de sucessão da primeira para a segunda geração. O que acontece com os outros 70%?

As respostas são óbvias, pois existem apenas três caminhos para a segunda geração das empresas familiares: a continuidade da empresa pela sucessão, a venda das cotas sociais para outro grupo empresário ou o encerramento das atividades.

O último caminho pode ser planejado ou não. Em caso de planejamento, as atividades são encerradas com ética e dignidade, realizando o pagamento de todos os envolvidos, como fornecedores e colaboradores, além dos impostos. A maioria, no entanto, não planeja o fim da atividade empresarial e acaba em falência.

Muitos casos de falência de empresas familiares retratam com excelência o refrão da música “Fera ferida”, de Maria Betânia, quando ela canta “acabei com tudo, escapei com vida, tive as roupas e os sonhos rasgados na minha saída”.

O leitor já deve ter ouvido a expressão “morreram abraçados”. Pois é isso mesmo o que acontece com muitas empresas familiares que não conseguiram resolver seus conflitos e acabaram em um processo falimentar. Nesse sentido, o último refrão da música diz sobre essas relações: “não vou mudar, esse caso não tem solução, sou fera ferida, no corpo, na alma e no coração”.

Quantos sócios familiares veem o negócio acabar, morrendo abraçados porque se encontram feridos e não se dispõem a mudar e a encontrar uma solução? E ainda há o pior – visto que diversos profissionais se especializam em explorar essas relações doentias que fatalmente desencadearão uma falência na qual todos sairão dilacerados em seus sonhos.

Então, caro leitor, quando estiver se sentindo uma fera ferida em um caso sem solução, observe se há alguma forma criativa de restaurar a confiança nas relações familiares, afinal o refrão que diz “não vou mudar, esse caso não tem solução” leva todos ao mesmo ponto, o do encerramento desastroso das atividades da família empresária.

Assim, podemos mudar as estatísticas do IBGE e, em vez de morrer abraçados, abraçar novas possibilidades de crescimento e continuação dos negócios familiares.

Delson Carlos

Delson Carlos - Formado em Marketing pela UniCambury e pós-graduado em Comunicação Digital. Assessor de imprensa e começou a sua carreira como colunista social nos jornais: A Hora, Jornal da Imprensa, Jornal Diário do Estado de Goiás, e a quase duas décadas está a frente da coluna social “Delson Carlos” do Jornal Diário de Aparecida e editor da Revista Class e do Portal Class News.

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