Conheça a história do casal que transformou uma dívida em uma rede de franquias de sucesso
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Quem conhece a franquia de sucesso que a Pink Lash se tornou nem imagina quantos percalços a marca teve de enfrentar para se estabelecer como uma das maiores em extensão de cílios do país
Fundada pelo casal de empresários Thiago Stabile, 32, e Samara Martins, 26, a Pink Lash conta com 80 franquias espalhadas pelo território brasileiro e segundo Thiago, que também é responsável pela parte comercial da empresa, a tendência é que o número se multiplique ainda mais. “Nós atendemos cerca de oito mil mulheres por mês e isso é resultado do método que empregamos no negócio”.
Tudo começou quando o casal decidiu sair de casa e começar a vida a dois. Samara relembra que o começo foi bem complicado e para mobiliar a casa, tiveram que vender um dos dois celulares que tinham. “Na época eu estava desempregada e Thiago era era recepcionista em uma academia. Assim, decidimos ter somente um celular e com isso vendemos o meu, o que nos possibilitou comprar uma cama de casal, um fogão antigo, uma geladeira usada e por fim, acabamos ganhando um televisor de tubo. Estava montada a nossa casa”, conta.
A vida seguia com os oitocentos reais que o marido de Samara ganhava, até que em uma data próxima do aniversário dela, o empresário chegou em casa e a pegou chorando. “Eu estava querendo colocar cílios fio a fio em uma profissional em Osasco, mas ela havia me cobrado um depósito antecipado de 50% do procedimento que custava R$270. Era meu aniversário e eu queria colocar meus cílios para me sentir bonita”, relembra Samara.
Thiago explica que quando se deparou com a cena, pegou R$ 30 reais que tinha no bolso e entregou a mulher para que a mulher pudesse fazer os tão desejados cílios, mas o valor, não cobria nem o calção de entrada. “Quando soube do preço, eu surtei. Trabalhava em dois turnos para ter chance de um salário melhor pois até nossa despensa estava sendo fiada com o mercado japonês da esquina e minha mulher queria fazer um cílios que custava quase um terço do que ganhamos, parecia um absurdo”.
Mas o que gerou a revolta inicial de Thiago, também acendeu um ideia no até então recepcionista. “Nós assalariados pensamos no valor que ganhamos por dia, e quando calculei quanto a moça de Osasco ganhava fazendo cílios eu só conseguia pensar que a gente precisava investir naquilo. Na época a técnica de extensão era pouco conhecida e o valor que era cobrado me despertou o interesse”, lembra Thiago.
Primeiros passos
Com isso o casal pegou um cheque emprestado do irmão de Samara e parcelou um curso de extensão em 8 vezes. Mas havia um problema, Samara não levava o mínimo de jeito para a coisa. “Voltei do primeiro dia de curso chorando, disse ao meu marido que não tinha talento para aquilo e que era melhor cancelarmos tudo. Mas ele com seu jeito carinhoso e educado, para não dizer o contrário, me lembrou que havíamos feito uma dívida muito grande com o curso. E quando notou minha decepção me incentivou a terminar”, conta Samara.
A empresária conseguiu concluir o curso, mas enquanto não conseguia clientes treinava em casa no próprio marido. “Já que ele me incentivou a fazer o curso, nada mais justo que me deixar colocar nele. E o resultado é que criei um especialista em críticas, pois ele se tornou um expert em cílios e me criticava se houvesse um único fio torto. A melhor parte era ele ter que trabalhar com cílios quando não tínhamos removedor”, relembra.
Enquanto o retorno do curso não vinha, Samara criou uma conta no comercial no instagram pela qual divulgava o nome do negócio. “Comecei a observar em algumas contas no Instagram e colocar uma mensagem convidando para que viesse conhecer a Pink Lash, mas eu nem sequer tinha uma maca. Arrumei meu primeiro atendimento a domicílio onde demorei 4 horas, sentei no chão e a cliente se deitou no sofá dela. Mas Deus foi tão bom comigo, que a mulher me pagou R$300,00”.
O dinheiro conquistado no primeiro atendimento foi investido em uma maca rosa que Thiago e Samara foram buscar em um Pegeout velho que tinham na garagem. “Nesse meio tempo as coisas na academia melhoraram, o Thiago conseguiu bater algumas metas e o salário dele ia aumentar, proporcionando uma mudança a nós. Passamos de pensão para kitnet. Ali trabalhei duro, conquistei clientes fiéis, atendi minhas primeiras celebridades e fiz grandes amigas. Logo eu já estava atendendo seis a sete clientes por dia, trabalhando das 6h da manhã até meia noite, um hora da manhã”, explica Samara.
Colhendo frutos
Com o dinheiro entrando, Thiago que se define como um homem que fez a faculdade chamada “vida” incentivou a mulher a dar mais uma passo: alugar uma sala comercial. “Veio o medo de pagar um aluguel, medo de falhar. Mas a verdade é que Thiago sempre acreditou mais em mim. Fui da minha primeira sala, a primeira casa Pink Lash. Em pouco tempo montamos nossa primeira equipe de extensionistas. Em seguida fomos abrindo outras lojas e quando vimos, tinha deslanchado”.
Assim nascia o Império Pink Lash, um dos maiores orgulhos do casal. “A nossa vida gira em torno da empresa. Ela nos fez mudar de vida, atingir objetivos que jamais imaginamos atingir. Contar que saímos do negativos para o que temos hoje é a realização de um sonho que nunca tive”, conta Thiago.
A meta do casal é fechar cem franquias até o final do ano. Além da empresa, Samara também ministra mais de 16 tipos de curso em extensão. “Mesmo com todo o sucesso, Thiago continua a me criticar e incentivar, sem nunca me deixar acomodar e acho que essa é a receita que nos fez ser o que somos hoje: prezamos pelo simples, não tenho funcionários, clientes, ou sócios, temos samarinhas, pink’s e irmãos que nos incentivam nessa caminhada de empreendedorismo”, se emociona Samara.