Exposição da artista Rossana Jardim sobre o art-déco chega a Goiânia
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A artista plástica Rossana Jardim traz para Goiânia a exposição Cicloramas – Grafismo Art Déco, que comemora os 15 anos de tombamento do patrimônio art déco de Goiânia. A abertura será às 9h, no dia 19 de setembro, na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional (Iphan).
Realizada pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, a exposição já passou pela Cidade de Goiás. Em Goiânia, Cicloramas ficará aberta ao público de 19 de setembro até o dia 1º de novembro, na sede do Iphan. Por fim, a mostra vai para Pirenópolis, onde poderá ser visitada de 13 de novembro a 18 de janeiro de 2019, ainda no escritório local do Iphan.
A exposição Cicloramas – Grafismo Art Déco tem a curadoria de Antonio da Mata e é composta de 18 peças que destacam parte do patrimônio arquitetônico em art déco de Goiânia, considerada um dos mais ricos do mundo. Construções como o Coreto da Praça Cívica, o Relógio da Avenida Goiás, a Mureta do Lago das Rosas, o Teatro Goiânia, o Relógio da antiga Estação Ferroviária e o trampolim do Lago das Rosas são a inspiração das peças que compõem a exposição. Cada uma delas deu origem a três trabalhos diferentes.
Reminiscências
Rossana Jardim conta que a sua ligação com o art déco remonta à sua infância, quando ao ir dormir ou ao acordar, ouvia o badalar do relógio da Avenida Goiás, já que seus avós moravam bem perto do monumento. “São reminiscências de minha vida, que incluem também passeios ao Lago das Rosas, brincadeiras no Coreto, idas ao Teatro Goiânia, e as viagens de trem feitas pelos meus avôs Germano Roriz e Solon de Almeida, que partiam e chegavam à Estação Ferroviária”, lembra-se. Para ela, esta é, também, uma homenagem aos pioneiros de Goiânia que, como seus avós, se mudaram da antiga Vila Boa para Goiânia logo nos primeiros anos da nova Capital.
A artista explica que de cada monumento art déco ela extraiu um detalhe para que se destacasse em seu trabalho, à exceção do Coreto e do Trampolim, que aparecem inteiros. Do Teatro Goiânia, por exemplo, ela pinçou a sua lateral, que do ângulo escolhido lembra uma sanfona, do ponto de vista de Rossana. Já dos relógios, o ponto em destaque são o topo. Desses elementos únicos nascem os cicloramas, que por sua vez dão origem aos trabalhos em forma de mandalas, elementos preferidos de Rossana.
Rossana lembra de como escolheu, por exemplo, a lateral do Teatro Goiânia. “Primeiro, eu observei o prédio e depois escolhi um ângulo e, então, uma perspectiva. Então eu tinha de fotografar desta perspectiva para depois reproduzir com minha técnica. Mas a perspectiva mais adequada só era possível se a fotografia fosse tirada exatamente de uma janela da sobreloja do que hoje é uma igreja evangélica no prédio do antigo Cine Ouro. Para conseguir a foto, contei com a ajuda de uma das fieis da igreja, pois não me foi permitido entrar na sala que tinha o exato ângulo de que eu precisava. Foi essa moça quem tirou a foto”, conta.