Política

“Não podemos permitir que a burocracia atrase o desenvolvimento de pessoas com TEA”, afirma Glaustin da Fokus em audiência pública

Parlamentar goiano defendeu que a inclusão é um direito e uma necessidade, que garante não só o desenvolvimento individual, mas também a construção de uma sociedade mais justa e igualitária

A luta para dar celeridade ao início do tratamento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ganhou importante visibilidade e apoio de parlamentares e ativistas após a audiência pública realizada pelo deputado federal Glaustin da Fokus (Pode-GO) nesta terça-feira (9) na Câmara dos Deputados. Com o tema “Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA para fixar prazo de início de tratamento após o diagnóstico”, o debate reuniu especialistas, pais atípicos e representantes de organizações não governamentais.

O encontro tem como objetivo discutir e dar luz ao Projeto de Lei 1589/24 no qual o parlamentar goiano também é relator. Por sua vez, a matéria propõe um limite de 60 dias para o início do tratamento após o diagnóstico. 

Durante a audiência, Glaustin destacou a importância de estabelecer prazos claros para garantir que as pessoas com autismo recebam os cuidados necessários de maneira ágil. 

“Cada dia de espera é uma oportunidade perdida para o desenvolvimento pleno das pessoas com TEA. Agilidade no tratamento é crucial para garantir o futuro dessas pessoas. Não podemos permitir que a burocracia atrase o desenvolvimento das crianças com TEA”, afirmou o podemista.

Participação de Especialistas

Entre os convidados para debater o tema estavam Lucelmo Lacerda, cientista, professor e psicopedagogo; Cláudio Panoeiro, advogado da União e ex-secretário nacional da Pessoa com Deficiência; Marcos da Costa, secretário estadual da Pessoa com Deficiência do Governo de São Paulo; Abram Toczewski, neuropediatra; Larissa Lafaiete, advogada, doutora em direito público e ativista; e Arthur Medeiros, coordenador-geral de  Saúde da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde. 

Todos ressaltaram a necessidade de celeridade na intervenção médica para assegurar o desenvolvimento integral das pessoas com TEA.

O professor e psicopedagogo Lucelmo Lacerda destacou a eficiência e o ganho para a qualidade de vida de uma criança quando o início das terapias multidisciplinares ocorrem logo após o diagnóstico. O educador salientou que a agilidade no início do tratamento adequado precisa ser válido tanto para os planos de saúde e também pelo Sistema Único de Saúde (Sus), onde ele aponta que há um hiato nas discussões sobre o tema.

A fala foi complementada pelo neuropediatra da Universidade de São Paulo Abram Toczewski que estima que a prevalência do transtorno do espectro autista tem sido próximo de 3% da população. 

O especialista reforça que, apesar do Tea não possuir cura, é por meio das terapias que é possível amenizar a grande parte dos sintomas. “O transtorno do espectro autista não acaba na infância. Ele vai para a adolescência e segue até a idade adulta”, explica.

Por sua vez, a ativista e mãe atípica Larissa Lafaiete, acrescentou que, sem o início do tratamento médico imediato após o diagnóstico, o autista não desenvolverá as competências necessárias para se tornar, no futuro, um adulto funcional para a sociedade. 

Emocionada, a também mãe atípica, Ana Keite Ramos, agradeceu a empatia do podemista por buscar soluções para esse problema que afeta tantas famílias em todo Brasil. A pernambucana explanou, durante a audiência, a dificuldade em iniciar o tratamento multidisciplinar no Sus para o seu filho Felipe, de 10 anos, que possui nível três de suporte.

Glaustin da Fokus enfatizou a importância de ouvir diferentes perspectivas para enriquecer a compreensão do assunto e encontrar soluções abrangentes e equilibradas.

“O diagnóstico é apenas o primeiro passo; o tratamento imediato é essencial para a qualidade de vida. Cada dia sem o cuidado adequado é um dia perdido no potencial de nossas crianças com TEA. A rapidez no início das terapias multidisciplinares podem transformar a vida desses pacientes”, finalizou o deputado.

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