Projeto “Performar Arquivos – edição Goiânia” divulga resultados da pesquisa em eventos com palestras, filme, vídeo e performances

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O projeto, contemplado pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás, é uma proposição do grupo Ação Vizinhas, reunindo estudiosos, professores e grupos de pesquisa de Goiânia, Acre, Rio de Janeiro e São Paulo. Iniciado em Janeiro de 2018 com uma convocatória para contratação de 5 pesquisadores, o projeto prosseguiu com diversos encontros e uma residência imersiva em Pirenópolis. Agora, o Projeto “Performar Arquivos – edição Goiânia” segue para sua etapa final com o compartilhamento dos materiais produzidos.
Os encontros acontecerão nos dias 15 e 16 de junho. No dia 15, serão dois eventos. O primeiro inicia às 8h, no Auditório da Faculdade de Educação Física e Dança – FEFD/UFG, com debates, apresentação do site e dinâmicas pedagógicas com os alunos. O segundo encontro será às 17h no Teatro do Centro Cultural da UFG dentro da Programação do Festival Manga de Vento. Às 20h, no Cine Cultura haverá a exibição do filme Pendular, dirigido por Julia Murat com coreografia de Flavia Meireles, coordenadora do projeto Performar Arquivos.
No dia 16, o encontro será às 9h no IFG Campus Aparecida de Goiânia, com debates e exibição do video-dança dirigido por Waleska Alvim. Em cada encontro um arquivo será performado por meio de jogos propostos pelos palestrantes.
O projeto reuniu os grupos de pesquisa Olhares pra Dança (GO), com as pesquisadoras Luciana Ribeiro e Valéria Figueiredo; Temas de Dança (RJ), com Flavia Meireles, que também é coordenadora do Projeto Performar Arquivos junto com Nirvana Marinho, criadora dos grupos Cartografia de Ficções (SP) e Acervo Mariposa (SP), além dos pesquisadores e artistas goianenses Kleber Damaso, Rousejanny Ferreira, Rafael Guarato, Ana Carolina, Marlini Dorneles de Lima e a acreana Valeska Alvim.
As pesquisas
O projeto surgiu a partir da percepção de que existe uma lacuna de políticas públicas direcionadas para a história da dança no Brasil. O Projeto “Performar Arquivos – edição Goiânia” consiste na pesquisa de arquivos de dança coletados em Goiânia desde os anos 1970 com o objetivo de construir, de forma coletiva, discursos sobre os arquivos de dança goianiense e difundi-los ao público.
Luciana Ribeiro e Valéria Figueiredo (OPD-GO) trouxeram como pesquisa para o projeto o tema do masculino na dança com base na análise de imagens e narrativa ficcional a partir delas. Vinda da parceria com o IFG, a professora Rousejanny Ferreira abordou a situação do balé em Goiás e o modo de historiografar três bailarinas de importância histórica para Goiás, a partir de como cada uma delas entregou seu material de registro.
Marlini Dorneles (Dançando com a Diferença – GO) trouxe um arcabouço teórico-prático sobre a pessoa com deficiência na dança, questionando a forma corpo humano na dança e trazendo exemplos de companhias de dança que desenvolvem pesquisa com corpos com deficiência para repensarmos acessibilidade e o próprio mercado da dança. Ana Carolina Wenceslau (GO), por sua vez, trouxe um debate sobre epistemologias africanas e a forma de conceber o conhecimento aliado a questões sensoriais do tato, do olfato e do paladar.
Rafael Guarato (GO) apresentou um panorama da história da historiografia traçando pontes com o campo da dança. Kleber Damaso (GO) propôs uma errância entre as pesquisas, conectando conceitos e convidando-nos a uma deriva entre eles.
A pesquisadora Nirvana Marinho (Cartografias de ficções e Acervo Mariposa – SP) desenvolveu, a partir do método cartográfico, uma articulação entre imagens de levantes e a dança, com base na exposição de Didi-Hubermann “Levantes” e no trabalho de história da arte por imagens de Aby Warburg. Flavia Meireles (Temas de Dança – RJ) reflete sobre a imagem fotográfica como parte da história e como o contexto e modo de aproximação das imagens também contam a história. Valeska Alvim (Cartografia da dança no acre – AC) elaborou um vídeo-dança acerca da influência dos rios no imaginário e na forma de acessar histórias no Acre.
O que seria a ação de performar um arquivo?
O conceito que norteia todo o projeto entende que lidar/produzir arquivos sempre se refere a uma ação de interferência nesse mesmo arquivo – em que a pretensa neutralidade do pesquisador dá lugar a uma visibilidade da ação de manusear o arquivo. “Performar arquivos, então, refere-se não só ao conteúdo coletado mas às formas, aos métodos e táticas de que lançamos mão para nos aproximar dos arquivos e para disponibilizá-los a terceiros”, explica Flavia Meireles, coordenadora geral do projeto e integrante do grupo de pesquisa Temas de Dança (RJ).
Fases do projeto de pesquisa
O projeto iniciou em Janeiro de 2018 com o lançamento da convocatória para contratação de mais 5 pesquisadores e pesquisadoras residentes em Goiânia, e se desdobrou em três etapas com o objetivo de pesquisar sobre o que vem sendo produzido em dança no estado de Goiás, incluindo análise de arquivos, residência de imersão e produção de material audiovisual.
Nessa fase final, chamada de “Conversando com a vizinhança da cidade”, o objetivo é dar uma devolutiva para a cidade compartilhando as experiências e encaminhamentos desta edição do projeto.
Nesse momento, haverá ainda o lançamento da plataforma eletrônica do projeto, com textos, fotografias e questões abordadas ao longo do trabalho. A plataforma online terá conteúdos para download nos sites e redes sociais do Projeto e dos grupos Acervo Mariposa, Temas de Dança, Cartografia de Ficções. Durante a fase de residência, os viodemakers Nico Gualtieri e Matheus Feitosa produziram e editaram material em vídeos, captados na cidade de Pirenópolis onde todos os pesquisadores trabalharam juntos, em caráter imersivo, trocando metodologias e sugerindo procedimentos artísticos-pedagógicos que estarão reunidos no site específico do projeto.
Serviço
Data: 15 de junho (sexta-feira)
Horário: 8h às 10h | conversas, apresentação do site e dinâmicas pedagógicas com os alunos
Local: Auditório da Faculdade de Educação Física e Dança da UFG
Horário: 17h | conversas e apresentação das pesquisas
Local: Teatro do Centro Cultural UFG – CCUFG
Horário: 20h – exibição do filme Pendular, com coreografia de Flávia Meireles, dentro da programação do Festival Manga de Vento
Local: Cine Cultura
Data: 16 de junho (sábado)
Horário: 09h conversas e exibição de vídeo-dança dirigido por Waleska Alvim, pesquisadora participante do projeto
Local: IFG Campus Aparecida de Goiânia
Todos os eventos são gratuitos