Aids – Número de casos entre jovens adultos aumenta a cada ano
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Infectologista do Hospital do Coração Anis Rassi alerta que quanto mais cedo descobrir a infecção pelo HIV, fica mais fácil iniciar o tratamento para controle
Nos últimos cinco anos, o número de mortes por Aids no Brasil caiu 22,8%, de 12,5 mil em 2014 para 10,9 mil em 2018. Apesar dos dados positivos, o Ministério da Saúde acredita que 135 mil pessoas vivem com HIV no País e não sabem.
Com base nessa estimativa, o foco da Campanha de Prevenção ao HIV/Aids, que acontece durante todo mês de dezembro, é incentivar pessoas que não se preveniram em algum momento da vida a procurar uma unidade de saúde e realizar o teste rápido.
Em Goiás, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES/GO), houve ampliação do acesso aos testes rápidos, exame importante para prevenção, permitindo o acesso precoce ao diagnóstico, o que agiliza o tratamento aos portadores de HIV, além de estabelecer vínculo dos indivíduos aos serviços de saúde.
A médica infectologista do Hospital do Coração Anis Rassi (HCAR), Christiane Kobal afirma que uma pessoa pode permanecer durante anos com o vírus do HIV sem apresentar nenhum sintoma, mas permanece transmitindo. “Por isso é importante fazer o teste, pois quanto mais cedo descobrir, fica mais fácil iniciar o tratamento para controlar a infecção”, assegura.
Apesar da infecção pelo HIV ainda não ter cura, tem tratamento. O teste rápido é uma ótima maneira de identificar se a pessoa tem ou não o vírus do HIV. “Antigamente o paciente precisava esperar vários dias para receber o resultado, e hoje ele consegue receber o resultado em 15 minutos, e a partir daí, após a consulta com o infectologista, ser confirmado”, explica a médica.
De acordo com Christiane, com o tratamento adequado, o vírus HIV fica indetectável, ou seja, não pode ser transmitido por relação sexual, e a pessoa não irá desenvolver Aids. “O teste rápido é realizado de forma sigilosa e não é necessário ter solicitação médica, basta procurar uma unidade de saúde e informar o desejo de conhecer o status sorológico”, aconselha.
O teste é muito simples. O profissional de saúde, que pode ser médico, enfermeiro ou técnico de enfermagem, capacitado, coleta uma gota de sangue ou fluido oral. O material é submetido ao reagente que fornece o resultado. O diagnóstico sai em até 30 minutos e quando o resultado é positivo para HIV, o paciente já é encaminhado para o tratamento específico.
Maior números de casos entre jovens
Assim como registrado nos últimos anos, a infecção por HIV cresce mais entre os jovens. A maioria dos casos de infecção no País é registrada na faixa etária de 20 a 34 anos, com 18,2 mil notificações (57,5%). Em 2018, 43,9 mil casos novos de HIV foram registrados no País.
A notificação da infecção pelo HIV é obrigatória, desde o início da epidemia, assim como o tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV, independente do comprometimento imunológico. A medida trouxe mais acesso ao tratamento e aumento de diagnósticos. Com isso, nos últimos cinco anos, a tendência de queda na taxa de Aids foi maior.
Em toda série histórica, a maior concentração de casos de Aids também está entre os jovens, em pessoas de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros. Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,4% dos casos do sexo masculino e, entre as mulheres, a 48,4% do total de casos registrados.
Os dados também são semelhantes em Goiás, conforme o Boletim Epidemiológico Estadual HIV/Aids – 2019, divulgado no início da semana pela Secretaria Estadual de Saúde. No Estado, a faixa etária em que a infecção é mais evidenciada é em adultos jovens entre 20 a 39 anos, concentrando cerca de 70 % do total de casos. Na distribuição dos casos por faixa etária e sexo, a faixa etária de 20 a 29anos concentrou 50% dos casos no sexo masculino e 29% no sexo feminino.
Quanto a categoria de exposição, observa-se entre indivíduos do sexo masculino, a proporção de homens que fazem sexo com homens com HIV representou desde o ano de 2012 mais de 50% dos casos, entretanto entre indivíduos do sexo feminino prevalece a categoria de exposição heterossexual, com mais de 80% dos casos.