Class News
Por: Melina Lobo – conselheira de administração e consultiva de empresas familiares de capital fechado
Neste mundo imediatista em que vivemos, os alfaiates e os profissionais de alta costura estão perdendo sua função. Quem teve o privilégio de ter uma roupa feita sob medida sabe o valor desse serviço.
As medidas eram anotadas em um caderno, refeitas a cada visita, pois já não éramos mais a mesma pessoa e o corpo, muitas vezes, acompanha a transformação que vem de dentro. Assim, as medidas eram tomadas e anotadas a cada visita, a cada nova roupa a ser confeccionada. E ainda havia a escolha do tecido, do modelo e do estilo. Era um sonho que ia se concretizando aos poucos.
Depois vinha a prova, o ajuste fino da peça ao corpo e, finalmente, a entrega daquele item feito sob medida.
Nessa época, conheci uma excelente costureira que afirmava que não bastava a roupa ser um espetáculo por si mesma, a pessoa deveria sustentar a peça. Era como uma obra de arte ambulante, vestida no corpo sob medida. Na verdade, ela se referia à necessidade de sustentar os olhares de admiração dos outros, homens e mulheres; e sustentar a inveja de algumas, pois a peça única, feita sob medida, tinha esse efeito.
Nada rápido. Era sonhado, elaborado, provado e sustentado. Hoje, estamos tão acostumados à onda do fast food, que trazemos isso para outras áreas da vida, comprando roupas que muitas vezes não resistem a algumas lavadas.
Roupas sob medida são elaboradas, levam tempo… nada de se apegar a velhas medidas, pois elas são tomadas a cada novo modelo de roupa a ser confeccionada. Afinal, evoluímos e nosso corpo também!
A justa medida, então, é aquela que se alinha primeiramente ao sonho, definindo quais são o estilo e o modelo de peça de roupa que representa o atual estágio da vida e, depois, ao corpo, nem mais nem menos, respeitando seu movimento e sua evolução ao longo dos anos.