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Alerta noturno: ronco infantil exige atenção dos pais

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O ronco é uma indicação de que o sono da criança não está se desenvolvendo da forma adequada, alerta a otorrinolaringologista Juliana Caixeta

O ronco é uma anomalia do sono em qualquer idade. O ruído ocorre quando o ar não circula de forma adequada do nariz até os pulmões, isso pode gerar uma série de problemas para quem ronca. Quando o ronco ocorre na infância, pode resultar em prejuízos no desenvolvimento físico e mental, afetando o crescimento e a consolidação da memória e do aprendizado da criança. Quem faz o alerta é a médica otorrinolaringologista Juliana Caixeta.

O ruído pode ocorrer em até 20% das crianças até os 4 anos de idade. Isso porque normalmente está associado a fatores anatômicos. “É nessa faixa etária que as amígdalas e a adenoide mais crescem, causando obstrução da via aérea”, alerta Juliana Caixeta. Esses são os principais fatores associados à síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS). Em crianças com alguma condição especial – Síndrome de Down e paralisia cerebral, por exemplo –, o ronco pode ser ainda mais frequente e ter ainda outras causas.

A médica Juliana Caixeta alerta que o ronco pode causar outros danos à saúde da criança. O primeiro é que criança dormir de boca aberta não é normal. A obstrução do nariz ou da garganta tem como consequência uma respiração oral, por compensação. “A respiração pela boca não deve ser julgada como natural e sim como uma condição patológica, ocasionando sérias consequências” esclarece a doutora. “O fato de respirar pela boca influencia o crescimento dos ossos faciais e dos dentes, podendo haver desarmonias no desenvolvimento da criança”, explica.

Das crianças roncadoras habituais, 37% evoluem para síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS), sendo 7% com caráter moderado-severo. “A síndrome é uma desordem do sono caracterizada pela recorrência de episódios de obstrução parcial ou completa das vias aéreas durante o sono associada com hipoxemia, que é o baixo nível de oxigênio no sangue; e fragmentação do sono”, explica Juliana Caixeta. “A SAOS já é reconhecida como uma importante causa de morbidade entre crianças”, alerta a médica.

Alterações comportamentais e neurocognitivas, como hiperatividade ou déficit de atenção, são mais comuns nas crianças que apresentam SAOS em comparação com as que não apresentam essa condição, explica a médica. Portanto, a apneia obstrutiva do sono pode ter um impacto negativo importante no crescimento e desenvolvimento da criança, sendo que o diagnóstico precoce dessa desordem do sono pode trazer uma melhora na qualidade de vida significativa dessas crianças.

Juliana Caixeta orienta aos pais e cuidadores que a observação do sono das crianças é fundamental para a descoberta do ronco. Alguns sintomas associados ao sono irregular que podem ajudar a identificar o problema são irritabilidade e desconcentração. Após a constatação, os pais devem encaminhar a criança para o otorrinolaringologista.

O tratamento inclui desde medicação para rinite até a remoção das amígdalas e da adenoide. Esse tratamento, quando bem indicado, pode beneficiar muito a criança. “Se a criança que ronca não é tratada de maneira adequada, pode ter que manter um acompanhamento prolongado com uma equipe multidisciplinar formada por fisioterapeuta, fonoaudiólogo, odontopediatra e alergista”, orienta a médica.

Delson Carlos

Delson Carlos - Formado em Marketing pela UniCambury e pós-graduado em Comunicação Digital. Assessor de imprensa e começou a sua carreira como colunista social nos jornais: A Hora, Jornal da Imprensa, Jornal Diário do Estado de Goiás, e a quase duas décadas está a frente da coluna social “Delson Carlos” do Jornal Diário de Aparecida e editor da Revista Class e do Portal Class News.

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