No próximo dia 30/01 celebramos o dia da saudade que ganhou uma ressignificação nessa pandemia e artigo do Secretário Municipal de Cultura de Goiânia, Zander Fábio
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Metade de mim é tempo. A outra é saudade
Mais uma vez a saudade será um sentimento a ser ressignificado neste ano, ainda, de pandemia. O presente e a saudade são campos distintos, mas que se comunicam. O tempo vivido de forma cronológica nos remete aos segundos ao lado da pessoa amada, do amigo disponível ao nosso encontro e tanta coisa boa que já vivemos. A saudade vem quando relembramos esse tempo e desejamos viver mais e mais.
Um momento pode valer décadas de lembranças, encontro de almas e vidas. O tempo pode até ser compreendido em dias, contudo, apresenta acontecimentos inesquecíveis os quais sempre, volta e meia, guardamos e presenciamos na memória. A saudade ensina ao tempo e vice-versa. O sentimento pode até ser de melancolia, associado a falta de algo ou alguém, porém, há uma privação temporária porque o que fica dentro de nós são as emoções vividas de momentos felizes.
O coração guarda na lembrança e surge com uma vontade de reviver tudo aquilo que um dia foi bom. Sempre idealizamos que o tempo pode voltar. A expectativa que fica é de que o melhor sempre virá, e, o tempo pode voltar melhor através da imaginação. Por mais que se tente explicar o que é saudade, nada chega aos pés do que ela representa para cada um. Existem diversas visões de sentir saudade. O sentimento ganhou um novo sentido com a pandemia. Temos saudade de muitas coisas antes de passar o que já passamos.
Os eventos mesmo não são mais como os de antes. Seguimos restrições, protocolos de segurança e cuidados com a Covid-19. A vida segue com a pandemia ainda em curso, mas começo a lembrar-me das coisas que vivi em Goiânia. Todas àquelas as quais me fazem sentir saudade como o prazer em andar pelas ruas, encontrar-me com mais pessoas, servir e ofertar esperança de que voltaremos a viver como antes, sem o vírus.
Sentimos saudade do que é importante e possui valor em nossas vidas, das coisas simples que muitas vezes não sabemos contar ou explicar. É algo complexo para cada um. Sentimos saudade de tudo que a vida nos oferta e vamos criando memórias no presente do passado. Viva o hoje para que os instantes construídos sejam de memórias boas. E que o dia da saudade (30) seja celebrado com saudade boa, tranquila, saudável.
Zander Fábio é Secretário Municipal de Cultura de Goiânia