Entrevista por Delson Carlos 25/09/2023
Class News
Uma goiana de Jataí, que conquista o mundo como estilista: Maisa Gouveia
Para dar sequência às entrevistas para este colunista, trago essa mulher empoderada, empreendedora, dedicada e talentosa, a estilista Maisa Gouveia
Formada em pedagogia pela UFG- e vários intercâmbios de moda, atua no Ateliê que leva o seu nome e de sua filha. Maísa Gouveia, juntamente com sua filha Natália Gouveia, comandam um renomado atelier no Setor Marista em Goiânia, atendendo tanto com moda festa quanto moda noiva, que primam pela exclusividade, requinte e sofisticação. Maísa Gouveia com mais de 20 anos de atuação no mercado, notadamente reconhecido pela sofisticação de seus bordados, pela ousadia e estilo próprio e com arrojo nas suas criações.
DC – Depois de já ter um trabalho consolidado no mercado de vestidos de festas, como foi começar a criar para noivas?
MG – Criar para noiva não é seguir tendência, é realizar sonhos, envolve glamour, estilo e personalidade de quem veste.
DC– Você sente diferença em vestir famosos e pessoa comuns, principalmente falando de noivas?
MG – Quando se cria para pessoa famosa o trabalho fica exposto à avaliação de um público maior e consequentemente gera uma maior repercussão, entretanto no que se refere a minha responsabilidade e o meu envolvimento são os mesmos.
DC – Que tipos de vestidos são mais procurados pelas noivas no seu ateliê?
MG – Os clássicos são mais procurados, mas não posso deixar de mencionar uma fatia considerável do estilo romântico, moderno e hippie chic.
DC – Qual seu ponto forte? Seu diferencial?
MG – Tecnicamente eu diria a estrutura da modelagem e na linguagem, eu considero a heterogeneidade de estilos em um leque que vai do medieval ao contemporâneo.
DC – Fale um pouco dos diferentes tipos de suas criações?
MG – Eu parto do pressuposto que a orientação do estilista jamais pode caminhar para uma imposição. O dado mais marcante da minha criação é a liberdade que eu dou para que a cliente veja traduzido no vestido seu estilo e sua personalidade.
DC – Muitas noivas goianas te procuram?
MG – Sim, meu trabalho está firmado principalmente em Goiás, mas temos procura para Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins, Bahia e também em outros países.
DC – O que te levou para o universo da moda?
MG – O gosto pela arte e a busca de realização profissional e pessoal.
DC – Seu trabalho se destaca por uma simbiose entre escultura e design, muito além de criação, pois mexe com as formas e o volume do corpo da mulher. Antes do início da carreira, qual foi seu primeiro contato com a matéria-prima e o corpo?
MG – Minha primeira modelo fui eu mesma, a partir daí as peças que eu produzia inspirava as amigas e passei a atender pequenos pedidos, é o que desencadeou a história que todos conhecem hoje.
DC – Quanto tempo, em média, demora uma peça elaborada para ser produzida?
MG – É relativo depende da matéria-prima a ser aplicada, mas o tempo pode variar de 2 a 6 meses.
DC– A moda tem passado por muitas mudanças e transformações. A tecnologia tem mudado a forma de viver e vem criando novos hábitos. Como é hoje para você, que vive de moda, num momento em que se fala pouco de criações e muito de resultados?
MG – Pode ser que esta influência alcance as novas gerações, mas para quem está mergulhada no universo da criação, nunca irá deixar de criar. Nenhum apelo externo é maior que o anseio de criar. Produzir é necessidade da alma.
DC – A indústria do casamento definitivamente voltou a ser algo importante na vida das pessoas. Como você, que trabalha muito nesse segmento, vê a relação da moda e o casamento?
MG – Eu acho que a moda noiva não pode seguir tendência, pois é atemporal, eu creio que a personalidade e o biótipo sobrepõem a qualquer outra influência.
DC – Será que é uma volta de atenção a sentidos emocionais que acaba refletido na moda?
MG – Com certeza, a moda noiva sempre tem um apelo emocional, pois é uma realização de sonhos.
DC – Você divide a tesoura com sua filha Natália, como é a relação entre mãe e filha, sendo as duas estilistas da mesma marca?
MG – Natália cresceu imersa no dia a dia do ateliê, observando o Savoir Faire da nossa criação, desde que nasceu ela respira moda. A vocação é berço, ambas criamos vestidos à medida para clientes e orientamo-nos pelo estilo que melhor se adequa a cada mulher que procura o nosso atelier, em termos de criação de novas coleções, fazemos duas coleções anuais em detrimento desta nova formatação do mercado devido ao vírus corona; fazemos reuniões, sobre as novas tendências que surgem a cada dia, um longo trabalho de análise, de qual tecido usar, a melhor estamparia e também olhamos juntas a viabilidade de mercado para o que pretendemos criar, esta parceria tem dado excelentes resultados graças a Deus.
DC – Que mensagem você deixa para jovens estilistas que ambicionam esta carreira na moda?
MG – O estilista tem que ter uma visão global do mundo, conhecimento em sociologia, cultura, modelagem e desenho, estes quesitos são importantes para um estilista de sucesso.