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A pandemia atinge diretamente a cirurgia plástica

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Médicos e hospitais foram adaptados para receber cirurgias eletivas em momentos pandêmicos e mesmo com o momento mais brando, precauções ainda são obrigatórias

Inegavelmente, a pandemia atingiu todos os setores da vida comum, mas sem dúvidas, o mais atingido foi as mais diversas áreas da medicina. As funções eletivas foram pausadas para dar lugar a uma demanda urgente que surgiu com as várias mortes em todo o mundo. Mas como foi para os médicos, que não estavam na linha de frente do enfrentamento do Coronavírus, buscar perspectivas para suas especialidades? O médico cirurgião plástico Fernando de Nápole revela que muitas mudanças tiveram que ser feitas nos consultórios.

Há dois anos do início da época mais assustadora que essa geração verá, o mundo da cirurgia plástica se viu de cabeça para baixo. Pautados por procedimentos invasivos, e em sua maioria, de cunho estético, os médicos especialistas em cirurgia plástica se viram paralisados e receosos com o que estava por vir. Segundo Fernando de Nápole, com a chegada da pandemia a profissão entrou em risco iminente, mas que o primordial era a segurança de seus pacientes. “Apesar do espanto, mantive a serenidade para tranquilizar meus pacientes”, relembra.

Em meio ao caos que o mundo viveu no primeiro momento, cheios de incertezas e inseguranças, os cirurgiões plásticos se viram impossibilitados de exercer o ofício. Mas apesar da tristeza imposta pela situação, Fernando admite que naquele momento se viu a favor da pausa nas cirurgias eletivas, já que garante prezar pela segurança de todos em primeiro lugar. “Naquele momento a pausa se fez necessária, já que era nítido para nós da área da saúde que o momento era grave. Por isso o retorno foi de forma gradual e consciente”, conta o médico.

Calmamente o retorno aconteceu, mas cuidados são tomados desde então. A rotina das salas de cirurgias foi alterada diretamente pela pandemia, e adaptações foram feitas. “Na prática, fizemos mudanças em diversos âmbitos, desde o pré, durante e pós-operatório. O uso de máscaras e álcool nas clínicas, de protetores faciais de acrílico na cirurgia também foram indispensáveis e fiscalizados pela vigilância sanitária. Tanto quanto o distanciamento, causando uma redução de funcionários, de atendimentos e cessando as visitas aos pacientes”.

Além dos médicos, os hospitais também se depararam com essa nova realidade. Com extremo rigor no momento da internação, as unidades de saúde testam equipe médica, pacientes e acompanhantes para Covid-19, restringem visitas e uma maior preocupação com a limpeza sanitária. “Aos pacientes que contraiam Coronavírus no pós-operatório, nós, junto com médicos de especialidades específicas dos hospitais, oferecemos assistência. O que influenciou a não termos fatalidades decorrentes do Coronavírus”, explica Fernando.

Segundo o médico, esse acompanhamento faz toda diferença no momento em que a saúde atravessa. “Sempre tivemos riscos em cirurgias estéticas e sabemos o agravamento que a pandemia causou. Mas busco manter contato com meus pacientes para esclarecer os riscos, mas também todas as possibilidades e tranquilizá-los quanto às prevenções que tomamos”. Ele continua dizendo que é um mito acreditar que no hospital estamos mais suscetíveis a contrair a doença, já que o índice de infecção nos hospitais de cirurgias plásticas é muito baixo. “Aqui somos todos monitorados, regulados e fiscalizados diariamente”.

Para além das salas cirúrgicas

Fernando revela que desde o início da pandemia ele lida com situações que vão além das técnicas cirúrgicas. Passou a ser um ponto de apoio dos seus pacientes, que compreensivelmente, estão mais inseguros e preocupados com tudo que pode acontecer. Ele revela que lida de forma informativa, escutando e sanando dúvidas que possam surgir. “Minhas pacientes chegaram com muitas inseguranças, mas nesse novo momento da pandemia elas estão mais conscientes e entenderam que tudo é feito de forma segura”.

Mas o cirurgião ressalta que ele também se pegou inseguro e se questionando sobre as condutas que deveria seguir, já que tudo era novo para todos. “Minha maior dificuldade durante esse período foi entender meus limites. Me perguntei várias vezes se eu deveria ter parado de operar antes das determinações governamentais, ou até mesmo ter esperado um pouco mais, mesmo com a volta autorizada. Esse foi o meu maior enigma, me fazia esses questionamentos todos os dias antes de dormir”.

O medo de perder familiares e pacientes também permeou a vida do médico durante o período pandêmico, mas ele diz que com os estudos revelando que a ômicron pode ser a última variante do Coronavírus, questões podem ser superadas. “Apesar de termos superado uma fase mortal do vírus, ainda mantemos alguns cuidados, que acredito que permanecerão nesse dito novo normal”, adianta. O uso de máscara e álcool, o distanciamento, as testagens e adaptações impostas por órgãos sanitários ainda são indispensáveis.

Hoje, avaliamos cada paciente de forma minuciosa, já que muitas pessoas ainda possuem resquícios da doença. Fatores como se o contato com o vírus foi assintomático, sintomas leves, se tiveram internações em UTI, a quantidade de dias acometidos pela doença, são determinantes na possibilidade de fazer a cirurgia. Alguns casos merecem a avaliação de pneumologistas e cardiologistas, e talvez até o adiamento da cirurgia”. Fernando de Nápole finaliza dizendo que todos os cuidados são tomados para tentar evitar trombose, embolia pulmonar e agravos que possam levar o paciente a óbito. Procure um especialista capacitado e de confiança.

Delson Carlos

Delson Carlos - Formado em Marketing pela UniCambury e pós-graduado em Comunicação Digital. Assessor de imprensa e começou a sua carreira como colunista social nos jornais: A Hora, Jornal da Imprensa, Jornal Diário do Estado de Goiás, e a quase duas décadas está a frente da coluna social “Delson Carlos” do Jornal Diário de Aparecida e editor da Revista Class e do Portal Class News.

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