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Fernando de Nápole, médico cirurgião plástico esclarece as diferenças dessas cirurgias e dúvidas frequentes
O médico cirurgião plástico Fernando de Napóle, explica que a rinoplastia é a cirurgia plástica que visa à correção estética e/ou funcional do nariz. O objetivo da cirurgia é corrigir a parte externa do nariz com todas as inúmeras variáveis (nariz torto ou desviado, nariz grande, nariz pequeno, nariz caído, nariz globoso, etc.). Ou seja, o nariz tem que ficar bonito, atraente, harmonioso na face e funcional, isto é, permitir que a pessoa respire bem.
Drº Fernando complementa e diz que o septo nasal é constituído por osso, cartilagem e mucosa. É a estrutura do nariz que separa as narinas, e o desvio de septo ocorre quando essa estrutura não é reta, resultando em fossas nasais de tamanhos diferentes. “É um problema bastante comum e apresenta diferentes graus de intensidade. Quando leve, normalmente, é assintomático, não causando incômodo. Porém, em casos acentuados, costuma provocar obstrução nasal (constante ou frequentemente), retenção de secreções, sinusite, sangramentos, apneia no sono, respiração pela boca, cansaço e dores de cabeça, entre outros sintomas associados”, descreveu.
Uma vez que a rinoplastia envolve o nariz como um todo e o septo nasal é uma componente central na pirâmide nasal, na maioria das vezes, o termo correcto para esta cirurgia é rinosseptoplastia, que envolve a correção de deformidades do septo nasal e da pirâmide nasal. Trata-se de uma operação complexa em que o próprio septo nasal vai ser aproveitado para uso de enxertos e técnicas de camuflagem da “rinoplastia”. Assim sendo um cirurgião que realiza a rinoplastia tem que “dominar” em absoluto o septo nasal.
Tratando-se provavelmente de uma das cirurgias plásticas faciais mais complexas e desafiantes com relativa frequência é necessário realizar uma revisão cirúrgica. A taxa de revisão cirúrgica pode chegar aos 5% de doentes operados. Nestes casos, a rinoplastia secundária, por norma, tem um grau de dificuldade superior à rinoplastia primária.
Como é feita a correção do desvio de septo?
O procedimento de correção do septo é considerado simples. A operação é feita com um pequeno corte por dentro do nariz, para descolar a mucosa que recobre o septo.
Em seguida as partes desviadas são removidas e o septo é centralizado. A mucosa, então, é recolocada sobre o septo nasal e o cirurgião plástico pode optar por utilizar um molde para reposicionar mucosa e septo. Técnicas mais modernas descartam a necessidade do uso dos temíveis tampões nasais.
A operação dura cerca de duas horas e o paciente pode, dependendo de sua recuperação, ter alta no mesmo dia da realização do procedimento.
A recuperação completa, finalizada com o desaparecimento das crostas nos cornetos nasais (região interna do nariz), demora cerca de um mês. O inchaço do local diminui em torno de 15 dias após a cirurgia.
Nas primeiras semanas é importante evitar o uso de óculos e a exposição solar direta para não prolongar o inchaço e impedir sangramentos. É muito importante a lavagem interna do nariz com soro fisiológico nesse período para que secreções que possam aparecer não endureçam e comprometam a respiração.
Por que fazer rinoplastia?
Ao realizar a cirurgia do desvio de septo em conjunto com a rinoplastia, os resultados tendem a ser mais satisfatórios tanto do ponto de vista funcional quanto do estético, já que a correção do septo influenciará diretamente na aparência geral do nariz. Importante frisar que quando o desvio é intenso ou percorre todo o septo, necessariamente deve-se realizar a rinosseptoplastia. Neste caso, não é possível melhorar o resultado estético sem mexer no septo. Quando o desvio é pequeno ou moderado, pode-se optar por fazer apenas pela rinoplastia, porém, assim, perde-se a oportunidade de aprimorar a capacidade respiratória, e a possibilidade de solicitar cobertura do plano de saúde.
Além da vantagem em termos do resultado, há também as questões práticas que são bastante otimizadas. Algumas delas: o paciente terá uma única equipe médica cuidando dele, passará uma vez só pelos procedimentos pré e pós-operatório, terá apenas um período de afastamento do trabalho para recuperar-se e, também, haverá redução dos custos (médico, hospital, anestesia, medicamentos etc).
Caso seja entendido que o procedimento será feito para sanar problemas de saúde – minimizar os sintomas do desvio de septo – os planos de saúde podem oferecer parte da cobertura. É necessário informar-se antes com o convênio médico. Aliás, essa etapa de informar-se com médicos especializados e, de preferência que seja membro associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, é fundamental para a tomada de decisão.